domingo, 29 de setembro de 2013

Ainda dá?

Santa Cruz 0x0 Sampaio: jogo duro / Foto: Aldo Carneiro/Pernambuco Press
Empate fora de casa com o Santa Cruz é um grande resultado. Mas na situação do Sampaio, foi um resultado razoável, considerando os acontecimentos da rodada. Resultado que deixa o time na oitava colocação com 26 pontos, a mesma pontuação do Cuiabá primeiro time na zona de rebaixamento. Mas ao mesmo tempo deixa o Tricolor a três pontos do G4. Entretanto outro detalhe chama atenção, o Tricolor chegou ao quinto jogo consecutivo sem vencer na temporada. A pior sequência da equipe na Série C e o que explica a queda de rendimento do time.

Mas porque essa queda absurda de rendimento do Sampaio? O primeiro fator é que o time não renovou seu estoque de jogadas. No 4-2-3-1 de Flávio Araújo, o Sampaio depende das bolas cruzadas na área e de jogadas de velocidade. O toque de bola para chegar até a área do time adversário praticamente foi extinto. No quesito velocidade, os jogadores que faziam isso com maestria eram Cleitinho e Pimentinha, mas aos poucos os adversários entenderam como o time jogava.

Fora isso, a saída de Pimentinha, que era um jogador diferenciado para a Série C, parece não ter caído a ficha para o Tricolor. Diante do Santa Cruz, o estreante Lucas entrou com a missão de fazer a missão do jogador que foi para o São Caetano. Não deu certo. Lucas não tem tanta velocidade e habilidade para fazer tais infiltrações. Talvez seja a hora de dar uma oportunidade ao Rayllan. Na frente, Kivel tinha que voltar para buscar a bola e aí não tem como cobrar tanto de um jogador, que teoricamente a missão seria apenas empurrar a bola para o fundo do gol.

Muito se questiona também do porque Edgar não ganhar uma chance entre os titulares. Edgar é jogador de segundo tempo. Rende mais nos 30 minutos finais do que jogando 75 minutos desde o início, por exemplo. Outro aspecto é a própria situação do meio-campo. Eloir e Arlindo Maracanã, que ditavam o ritmo distribuindo o jogo caíram de rendimento. Normal. O problema é que não há substitutos à altura.

Um terceiro fator pode ter sido o próprio fato do Sampaio ter perdido sua dupla de ataque titular, Pimentinha e Cavalcanti, sendo obrigado a ir ao mercado. Já vimos que quando Flávio Araújo pegou o time do Sampaio montado, levou a equipe ao título da Série D em 2012. Mas neste processo de remodelação do elenco o treinador não tem tido a mesma capacidade.

O Sampaio não subir para a Série B em 2013 ou não conseguir a classificação para as quartas de finais não é nenhuma fatalidade. O time está se reestruturando e é necessário passar duas, três temporadas na Série C até para ficar mais maduro. E, quando conseguir o acesso para a Série B, subir para ficar, não para ser um saco de pancadas.

Ainda restam três jogos, CRB e Rio Branco-AC, ambos em casa, e para fechar contra o Fortaleza, no PV. A briga pela classificação é possível, mas se o time não se reinventar, não vai conseguir vencer os dois principais jogos.