domingo, 13 de julho de 2014

A Copa das Copas


A Copa das Copas. A Copa da Costa Rica. A Copa da Alemanha. A Copa do maior vexame brasileiro. A Copa de James Rodriguez. A Copa da frustração de Messi. A Copa dos goleiros. Não faltarão adjetivos para essa Copa que termina com a Alemanha, o melhor time do Mundial, consagrado como campeão do torneio e encerrando um jejum de 24 anos, assim como Brasil e Itália enfrentaram até chegarem ao seu quarto título.

Uma Copa que na primeira fase teve a sensacional Costa Rica, deixando para trás ingleses e italiano e avançando como líder de um grupo que ainda contava com o Uruguai. Quem diria que um nanico da América Central conseguiria tamanha façanha. Mais do que isso: chegou às quartas e por duas defesas de Krul nos pênaltis, não avançou para as semifinais.

O disciplinado time de Jorge Luis Pinto, que se defendia sem medo, com destaques para o goleiro Navas, que sofreu apenas dois gols no Mundial, e Bryan Ruiz, foi a maior surpresa desse Mundial.

Uma Copa em que Luís Suarez entraria em campo após um mês, brilharia contra os ingleses, garantindo a vitória uruguaia. Mas no jogo seguinte, contra a Itália, em uma partida mediana, seria marcado por uma mordida em Chielini, que resultaria na sua exclusão da Copa e seu afastamento por mais quatro meses do futebol.

Uma Copa em que a Argélia surpreenderia na primeira fase e garantiria a classificação para as oitavas de final nos últimos minutos. Uma Copa em que o México recuperaria sua reputação sob o comando de Miguel Herrera chegando até as oitavas de final.

Uma Copa que teve a ex-campeã Espanha, massacrada na primeira rodada e já eliminada na segunda, pelo Chile de Sampaoli. O Chile, que se tivesse um finalizador melhor que Pinilla, ou não tivesse pela frente Julio Cesar, poderia até chegar mais longe na Copa.

Uma Copa em que James Rodriguez e Cuadrado mostraram que existe futebol na Colômbia além de Falcão Garcia. Aliás, imagina a Colômbia com Falcão Garcia. Uma Copa em que Howard, Ochoa, Navas, Bravo, Julio Cesar, Krul, Neuer e Romero, brilharam.

Mas também teve o que se lamentar. A Copa marcada pelo maior vexame da Seleção Brasileira, eliminada com um 7 a 1 diante da Alemanha nas oitavas de final e sofrendo 3 a 0 na decisão de terceiro lugar. A Seleção que para muitos foi a pior vista em campo. Talvez um sinal de que precisamos pensar em melhorar.

Pensar em melhorar, pois a Alemanha, que outrora era conhecida somente por seu futebol-força, encantou o Brasil, dentro e fora de campo. Foi a seleção que mais viveu o Brasil nos momentos oportunos e a que melhor se preparou. Em campo, logo na estreia uma goleada de 4 a 0, mas depois seria questionada por conta do empate com Gana e a vitória difícil contra os EUA.

Apesar disso, avançou como líder do grupo, com a primeira geração desde a sua mudança total no futebol. Em campo, toque de bola, objetividade e os resultados vieram. Alguns até surpreendentes, como a goleada diante da Seleção Brasileira. Mas, no fim, por mais que o futebol seja injusto muitas vezes, dessa vez o trabalho alemão foi coroado com o título da Copa do Mundo e com um gol originado com dois jogadores que são frutos desse trabalho: o passe de Schurlle e a finalização precisa de Gotze.