quarta-feira, 5 de novembro de 2014

As lições de 2014 (e do Joinville) para o Sampaio

De volta à Série B após 12 anos, brigando pelo acesso até as últimas sete rodadas e a permanência garantida com tranquilidade no segundo pelotão do futebol nacional. Sim, 2014 foi um grande ano para o Sampaio. Para um time que conquistou a Série D, de forma invicta, e foi vice-campeão na Série C no ano seguinte, a campanha na Série B de 2014 foi excelente.

Como escrevi no início do ano, o Sampaio poderia repetir a surpresa que o Icasa foi em 2013, e quase fez isso. A saída de Flávio Araújo, por causa de desentendimentos com a diretoria do Tricolor, foi a chave para que isso não acontecesse. Posteriormente a falta de paciência com Lisca, minou definitivamente todas as chances de acesso do Tricolor.

Apesar disso, é necessário ter consciência que o Tricolor fez uma grande campanha na Série B, e ainda com chances de terminar em 10º lugar. Um exemplo para o time maranhense é justamente o Joinville, que selou o acesso para a Série A em pleno Castelão.

O Joinville tem uma história recente parecida com a do Sampaio, acessos consecutivos da Série D para a B, em 2010-11, e batendo na trave nas temporadas de 2012-13. Apesar disso, em 2014, o JEC se tornou o primeiro time a sair da Série D e chegar na Série A. Mas para isso foi necessário paciência, o que parece que faltou ao Sampaio neste primeiro ano de Série B.

Alguns fatores foram cruciais para determinar que o Tricolor fosse o tradicional time de meio de tabela. Um deles é o aspecto físico. Em 2012 e 2013, o Sampaio jogava somente nos fins de semana, em 2014 entrou na maratona nacional, com pouco tempo de recuperação. Nessas horas mostrou que faltou elenco, peças de reposição.

Além disso, o trabalho de Lisca, que durou apenas três meses, foi minado com a impaciência da torcida. O substituto de Flávio Araújo chegou com o peso de tentar repetir ao menos o sucesso de um treinador que conquistou tudo que era possível nos últimos dois anos. Mas sem tempo de trabalho, ninguém consegue conquistar nada.

Pressão que afetou o técnico até pedir para sair e ceder o lugar para Vinícius Saldanha. Essa última troca selou os rumos do Sampaio. Com Saldanha, apenas uma vitória e três derrotas seguidas, a pior sequência do time na Série B e fim do sonho de acesso.

Apesar disso, a manutenção do Sampaio na Série B, é sim um feito para comemorar. Tal qual como o Joinville, se o planejamento for bem montado nas próximas temporadas, pode conquistar uma vaga na Série A. E um planejamento nesse momento passa por buscar peças de reposições, uma vez que o ciclo de muitos jogadores chegou ao fim no Tricolor. Será necessário se reinventar e buscar qualidade para isso.