terça-feira, 2 de setembro de 2014

Em jogo de forte marcação, Paraná e Sampaio empatam sem gols

Em um jogo de muita marcação, com 33 desarmes e apenas nove finalizações no total, Paraná e Sampaio ficaram no 0 a 0. Além da postura das duas equipes, tirando espaços dos ataques adversários, a chuva que atingiu a Vila Capanema no primeiro tempo prejudicou a partida, já que inviabilizava as jogadas de velocidade.

Com o campo alagado por causa da forte chuva, desde o minuto inicial era possível notar que as duas equipes teriam dificuldades para criar as chances. O Paraná, tentando aproveitar de sua boa jogada na bola aérea, apostou nos avanços pela direita, com Chiquinho e Thiago Alves, que sempre buscavam Giancarlo na área.

Os dois times se espelharam, com o Paraná formatando um 4-2-3-1 com a bola, enquanto o Sampaio copiava a formação quando não tinha a bola. Com a bola, o Tricolor alternava para o 4-4-2, com Waldir saindo do extremo esquerdo e centralizando com William Paulista, mas sem capacidade para criar boas chances. Com o campo alagado, o Paraná levou vantagem no ataque, por arriscar nos cruzamentos, enquanto o Sampaio teve apenas duas chances, já que não arriscava tantos cruzamentos e dependia da velocidade de seus jogadores, principalmente Waldir e Hiltinho.

Sem a bola, Sampaio apresentava um 4-2-3-1 espelhado no sistema paranista
No segundo tempo, os primeiros 15 minutos começaram mais movimentados. Com o Sampaio variando para o um 3-5-2, com Willian Simões como ala, assim como Hiltinho e Waldir passando a jogar centralizado, conseguia criar mais oportunidades. Apesar disso, logo a partida voltou ao ritmo do primeiro tempo, com as duas equipes marcando bastante.

Aos poucos a partida voltou a ficar equilibrada, com ambas equipes tentando criar chances. Para neutralizar os avanços de Chiquinho pela direita, Willian Simões passou a apoiar menos o ataque e Jonas aparecia na cobertura quando o lateral avançava. Com isso, a melhor chance paranista veio com uma ligação direta de Chiquinho para Thiago Alves, mas parando em Rodrigo Ramos. O Sampaio por sua vez, apostava nas finalizações de longe, revezando com Uillian Corrêa e nos minutos finais, Cascata atuando como o homem de ataque do Tricolor.
Jonas recuava para cobrir Willian, enquanto Uillian revezava com Eloir no meio-campo
Números do jogo: em um jogo de tanta marcação, destaque para os volantes. O Paraná se mostrou mais aplicado e com o trio Edson Sitta, Serrato e Anderson Rosa conseguiu 16 desarmes, dos 26 durante todo o jogo. O Sampaio não conseguiu ter tanta eficiência e no total roubou apenas sete bolas, com destaque para Jonas, com três recuperações.

*Números fornecidos pelo Footstats

Sampaio no primeiro turno: mudanças táticas, de técnico e jogadores

O Paraná, adversário desta terça-feira do Sampaio, marca o início da caminhada do time no segundo turno da competição e também traz a lembrança de quando o Tricolor começou sua campanha na Série B do Campeonato Brasileiro. Após aquele primeiro jogo no dia 18 de abril, com a derrota por 2 a 0 no Castelão, foram mais 17 jogos em cinco meses e muitas mudanças no time, desde a formação tática, passando pelos titulares, chegando até ao treinador.

Na estreia contra o Paraná, o Sampaio entrou em campo com o 4-2-3-1 que consagrou o time comandado por Flávio Araújo nas Séries D e C. A primeira escalação do Sampaio na Série B contava com Rodrigo Ramos; Paulo Ricardo (Hiltinho), Alex, Edimar e Simões; Jonas, Arlindo Maracanã, Eloir (Bruno Chocolate), Cleitinho (Válber) e Edgar; David Batista.

Aquele time se caracterizava pelos avanços de Edgar e Cleitinho, que no decorrer da competição daria lugar a Márcio Diogo, contando principalmente com o apoio do lateral, pela direita, razão pela qual Hiltinho conseguiria se firmar da posição nos primeiros jogos. Defensivamente, a principal falha era justamente na cobertura dos laterais, onde os times conseguiam obter espaços para atacar o Sampaio.

O 4-2-3-1 foi o esquema base do Sampaio no início da Sèrie B; prancheta de Sampaio 2x2 Ceará
O time titular da primeira rodada, ainda no primeiro turno, sofreria ao menos cinco mudanças drásticas. Na direita, Hiltinho garantiu a vaga, Paulo Sérgio voltou para a zaga após se recuperar de uma lesão, Uillian barrou Arlindo Maracanã, Márcio Diogo se firmou como titular e William Paulista ganhou a posição de David Batista.

Além das mudanças de jogadores na equipe, o 4-2-3-1, daria espaço para o 4-2-1-3, colocado em prática pela primeira vez na vitória por 3 a 0 diante do América-RN no Castelão. Ainda no primeiro turno, William Paulista já ensaiava uma mobilidade pela direita, trocando de posição com Márcio Diogo, que eventualmente aparecia como falso 9.

Diante do América-RN, Sampaio começou a jogar no 4-2-1-3, com maior avanço dos atacantes pelos lados
Esse esquema passou a ser adotado por Flávio Araújo até o jogo contra o Bragantino, com a vitória por 1 a 0 fora de casa. O treinador pediria demissão sob motivos obscuros e Lisca chega para comandar o Sampaio.

Com Lisca, nova mudança na postura do time. Diante do Vila Nova, o Sampaio ensaia um 4-3-3, com Eloir deixando a função de meia central para voltar a atuar como volante e Márcio Diogo é efetivado como falso 9, enquanto William Paulista passa a jogar definitivamente pela direita.

Com essa formação, Lisca teria dores de cabeça, conquistando apenas uma vitória, empatando duas vezes e sofrendo duas derrotas. Até que vem o jogo contra o Atlético-GO, junto com as lesões de Márcio Diogo e Paulo Sérgio, o que obrigaria o treinador a encontrar soluções para o meio-campo e a zaga Tricolor.

A solução encontrada foi a improvisação de Edimar na lateral-direita, Hiltinho voltando a jogar no meio, aberto pela direita e com a zaga formada por Luiz Otávio e Mimica, enquanto Edgar e William Paulista comandam o ataque no 4-4-2, tradicionalmente inglês, armado em duas linhas.

Compactação foi fundamental para vencer o Atlético-GO no Serra Dourda
Com esta formação, pela primeira vez Lisca conseguiu a compactação que tanto pediu desde sua chegada. No Serra Dourada, em vários momentos foi possível flagrar o Sampaio jogando com os 11 jogadores em um espaço de 15 a 20 metros de campo, além disso, com Edimar, a equipe passou a ter uma consistência defensiva na lateral-direita.

Dessa forma o time venceu o Atlético-GO e empatou com o América-MG, praticamente zerando a pressão e o clamor pela saída do treinador, que mostrou apenas precisar de tempo para conseguir fazer o Sampaio jogar conforme o seu anseio. Entretanto, ainda há uma preocupação com a bola aérea, que desde a chegada de Lisca, representou sete dos noves gols sofridos pelo Tricolor neste período.

Em meio a tantas mudanças é que o Sampaio conseguiu conquistar 28 pontos, com sete vitórias, sete empates e cinco derrotas, ficando na oitava colocação. Um ponto que chama atenção nesta primeira metada da Série B é que o Castelão perdeu a força que tinha nos jogos do Tricolor. Em casa, foram apenas três vitórias e seis empates, com 15 pontos conquistados, o que significa um aproveitamento de apenas 50% dos pontos disputados como mandante.

Além disso, se observar a escalação da primeira rodada com a utilizada na 19ª rodada, são cinco mudanças de titulares. Além disso, a formação tática e o treinador também mudaram. Agora é uma nova fase pela frente e, até aqui, o Sampaio já mostrou que será aquela tradicional equipe que fica no meio da tabela, em alguns momentos sonhando até com uma vaga no G-4.